O que esperar da TH feminizante
Esta é uma compilação de mudanças de transição médica relatadas e coletadas de depoimentos de pessoas trans AMAB passando ou que passaram pela hormonização com estrogênio. Essas informações foram coletadas em redes sociais e salas de bate-papo. Sim, isso significa que tudo isso é anedótico, mas, historicamente, a maior parte do estudo da medicina transgênero é anedótica porque existe pouquíssimo financiamento para a pesquisa médica transgênero.
Observe que esta é uma lista de possíveis alterações. Não há garantia de que todas as pessoas que estão fazendo TH feminizante passarão por todas essas mudanças. Sua idade, genética, histórico médico, grau de masculinização física desde a primeira puberdade e regime hormonal podem ter impactos nos resultados. Há também um certo grau de aleatoriedade, cada corpo reage de maneira diferente e algumas características podem demorar mais ou menos para aparecer em algumas pessoas.
Crescimento mamário
Apesar do senso comum, grande parte das pessoas trans femininas não buscam cirurgia para aumento dos seios, pois muitas vezes não é necessário (e para muitas, também não é acessível). Todo ser humano nasce com tecido mamário, mas ele permanece simplesmente inativo quando não há estrogênio para fazê-lo crescer. O desenvolvimento normalmente leva de 2 a 5 anos, mas pode continuar por mais de dez anos, assim como acontece com as mulheres cisgênero.
Espere dores no peito, junto com muita sensibilidade, na área ao redor e atrás da aréola. Evite bater em qualquer coisa, pois vai doer. Mamilos e aréolas ficarão muito mais sensíveis ao mesmo tempo que se tornam maiores e mais escuros. Um bom investimento nessa fase de crescimento são sutiãs esportivos, ou tops, pois são elásticos e servem para vários tamanhos diferentes.
Isso pode ser acompanhado pela lactação. Alguma secreção é normal e pode ser esperada à medida que os dutos de leite se formam e se abrem. No entanto, uma descarga significativa sem estimulação intencional pode ser um sinal de um desequilíbrio da prolactina, portanto, você deve informar o seu médico caso isso aconteça.
Suavização de pele
A testosterona promove o espessamento e o endurecimento da epiderme, portanto, remover a testosterona torna a pele mais fina. Além disso, o estrogênio promove a produção de colágeno, o que torna a pele mais macia e iridescente. Espere ver mais varizes em suas pernas. Tatuagens que podem ter desbotado com o tempo podem se tornar mais visíveis.
A remoção da testosterona também causa uma queda acentuada na oleosidade da pele, principalmente no rosto e no couro cabeludo. Isso resulta em uma redução significativa da acne e / ou caspa. Usar hidratante se torna mais importante.
Maior flexibilidade
A testosterona causa retenção de água nos ligamentos e tendões, tornando-os menos elásticos. A remoção dos andrógenos do corpo faz com que os tendões liberem esses fluidos e recuperem sua elasticidade.
Mãos e pulsos mais finos
Conforme a pele começa a amolecer e emagrecer, as mãos gradualmente começam a encolher. Sem testosterona, menos sangue flui para as mãos, causando ainda mais redução no tamanho dos tecidos. O tamanho do anel diminuirá à medida que a gordura e os fluidos saírem dos dedos. O comprimento dos dedos encurta à medida que os ligamentos se estreitam e se esticam.
Pés menores
Muito parecido com as mãos, os pés também experimentam mudanças na forma. Os andrógenos estimulam mais fluxo sanguíneo para os pés e estimulam o acúmulo de água na cartilagem. Os estrogênios permitem que os ligamentos do pé se estiquem mais. Como resultado, o arco do pé aumenta, encurtando seu comprimento total em até dois centímetros. Algumas pessoas relatam uma queda de um a dois números no tamanho de sapatos, outras notam mais uma mudança no formato dos pés sem uma alteração significativa no tamanho.
Unhas mais finas e macias
As unhas são feitas de queratina, e muitos genes da queratina são ativados por receptores de andrógenos, causando unhas mais grossas. A perda de testosterona tornará as unhas mais finas e mais propensas a quebrar.
Pelos corporais reduzidos
Não espere uma cessação total dos pelos do corpo, uma vez que os folículos se tornam terminais pela ação da DHT (di-hidrotestosterona), eles permanecem assim. No entanto, assim como as unhas, a espessura do cabelo é uma expressão dos genes da queratina ativados por andrógenos. A remoção da testosterona faz com que os pelos do corpo fiquem mais finos e leves. No entanto, a genética desempenha um papel mais importante nisso.
Mudanças na distribuição da temperatura corporal
Os andrógenos estimulam o fluxo sanguíneo extra para as extremidades, tornando-as mais quentes. Por causa disso, as mulheres tendem a ter temperaturas centrais mais quentes, mas temperaturas orais e de superfície mais baixas. Você pode ver sua temperatura corporal basal cair para cerca de 36,4º C.
Infelizmente, isso resulta em uma tolerância reduzida ao frio, portanto, espere precisar colocar roupas em camadas com mais frequência.
Mudanças nos padrões de transpiração
A mudança descrita acima na distribuição de temperatura também resulta em uma mudança significativa em como você transpira. Você deve começar a suar mais pelo corpo inteiro, ao invés disso ser mais localizado na cabeça e nas axilas. Outra novidade é o suor embaixo das mamas.
Redução e / ou mudança de odor corporal
Um dos principais componentes do odor corporal masculino é a presença do feromônio esteróide androstadienona no suor. A androstadienona é metabolizada diretamente da testosterona, portanto, interromper a testosterona remove a fonte dessa substância. Sem ele, o suor assume um cheiro muito mais doce, que muitas vezes é atribuído a odores femininos.
Pessoas que tomam espironolactona (um bloqueador de testosterona comumente usado na transição de mulheres trans) podem experimentar uma cessação total de qualquer odor corporal, devido à forma como a droga altera a captação de cortisol dentro do corpo.
Massa Muscular Reduzida
Os andrógenos estimulam o crescimento muscular, razão pela qual os esteróides anabolizantes (que são literalmente testosterona) são tão comuns entre os fisiculturistas. Pessoas com hormônios andrógenos naturalmente têm mais massa muscular, principalmente na parte superior do corpo, sem nem mesmo precisar malhar. A remoção dos andrógenos causa a atrofia dessa massa muscular e torna mais difícil ganhar músculos em geral. Este é um fator importante para a linha feminina de ombros e pescoço, bem como a linha da cintura.
Com isso, vem uma perda significativa de força. Carregar coisas e abrir potes fica mais difícil.
Redistribuição de gordura em proporções femininas
Os andrógenos estimulam o corpo a depositar gorduras no abdômen, enquanto o estrogênio estimula o depósito de gordura nas coxas, nádegas e quadris. A troca nesse padrão faz com que novas gorduras sejam depositadas de acordo com o perfil estrogênico, enquanto as gorduras armazenadas durante o uso de andrógenos se quebram. Isso produz a ilusão de que a gordura está migrando de lugar conforme a forma do corpo muda. A linha da cintura encolhe e se define abaixo das costelas, e a barriga fica mais macia e plana.
Como o estrogênio deposita peso muito mais abaixo no corpo e a massa muscular na parte superior do corpo é perdida, isso abaixa o centro de gravidade, o que altera a forma de andar da pessoa. Torna-se mais natural andar balançando o corpo com os quadris ao invés dos ombros.
Mudanças nas características faciais
Junto com a migração da gordura corporal, a gordura do rosto também migra. O pescoço, o queixo e a linha da mandíbula se estreitam enquanto os lábios e a parte superior das bochechas incham. A sobrancelha e as pálpebras superiores se erguem, expondo mais o globo ocular. Mudanças na pele e na musculatura ao redor do olho podem alterar a forma do globo ocular, mudando a profundidade focal e alterando a clareza da visão. A cor dos olhos também pode mudar e ficar mais forte, pois a testosterona faz com que a pigmentação da íris desapareça.
Este é um processo extremamente sutil e lento que leva anos e é fácil pensar que nada está mudando. Tire fotos para comparar.
Mudanças no couro cabeludo
Com a remoção dos andrógenos, o fluxo sanguíneo para o couro cabeludo aumenta. Os folículos perdidos devido à calvície de padrão masculino podem ser reativados, causando alguma regeneração da linha capilar e preenchimento de áreas calvas. O cabelo do couro cabeludo fica mais espesso e os folículos ficam mais fortes, permitindo que o cabelo cresça em comprimentos mais longos.
Com esse espessamento, a ondulação pode se tornar mais pronunciada e também pode ocorrer uma mudança na cor do cabelo. Você pode descobrir que seu cabelo está assumindo uma textura mais parecida com a de sua mãe do que com a de seu pai.
Um tratamento comum contra a perda de cabelo é o uso de finasterida, um bloqueador de DHT, que é o tipo de testosterona que causa o padrão de calvície masculina. Essa é uma opção segura para mulheres trans que querem evitar perdas capilares e ainda não se sentem prontas para iniciar a terapia hormonal com estrógeno.
Inclinação anterior da pélvis
À medida que a musculatura atrofia, a flexibilidade dos ligamentos aumenta e o peso se desloca para baixo no corpo, a orientação do osso pélvico em relação à coluna e aos fêmures gira para a frente. Não muito, apenas cerca de 10-20 graus, mas o suficiente para causar uma mudança no alinhamento da coluna e dos quadris, aumentando o arco das costas e fazendo com que as nádegas se projetem mais. O arco adicionado às costas pode causar uma queda relativa na altura total, entre 1 e 2 polegadas (2 a 5 cm), dependendo da forma pélvica.
Observe que isto NÃO é o mesmo que a rotação do quadril que ocorre na puberdade AFAB e durante a gravidez. Nestes casos, ocorre a migração das células ósseas, alterando a forma do próprio osso pélvico. No entanto, a rotação do quadril pode ocorrer se a pessoa for jovem o suficiente para ainda estar na puberdade inicial, onde o corpo está produzindo hormônio de crescimento humano elevado. Também houve exemplos de rotação do quadril acontecendo por longos períodos de tempo em mulheres trans idosas. Em 2017, uma mulher trans de 80 anos relatou que, ao longo de seus 30 anos de TH, seu médico observou mudanças em sua pélvis consistentes com a rotação do quadril feminino.
Tolerância reduzida a cafeína, álcool e / ou psicotrópicos
Menos massa corporal significa menos sangue para diluir produtos químicos. A perda de testosterona também significa uma taxa metabólica mais lenta, diminuindo a velocidade com que toxinas são filtradas da corrente sanguínea. Alguns anti-andrógenos também sobrecarregam o fígado, reduzindo ainda mais a velocidade de processamento de drogas.
Mudanças Mentais
Conforme abordado na seção Disforia bioquímica, os cérebros podem ser conectados a um determinado perfil hormonal, e operar no perfil errado causa uma série de problemas. Iniciar a TH muitas vezes resulta na cessação de sintomas de despersonalização e desrealização nos primeiros meses, mesmo antes de ocorrerem mudanças físicas significativas. Entretanto, se a pessoa sofrer de outros problemas de ordem psicológica (o que tende a ser mais comum em pessoas LGBT+ por efeito de “stress de minoria”), ela ainda pode sentir alguns desses sintomas, por mais que seja esperada alguma melhora.
TDAH
Se você tem TDAH, pode haver algumas mudanças em seus sintomas. Os andrógenos amplificam a função do receptor de dopamina, portanto, reduzir a testosterona pode reduzir o potencial de ativação da dopamina no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor chave no comportamento da memória de trabalho, a memória de curto prazo do cérebro. Menos memória de trabalho significa que você se torna mais sujeita a distrações e tem mais dificuldade em se manter focada.
Por outro lado, o estradiol estimula o cérebro a produzir mais dopamina, sendo assim não é tão simples dizer como (e se) haverá alteração significativa nos sintomas de TDAH.
Expansão Emocional
Por um lado, o alívio da despersonalização e desrealização e de outros desconfortos associados à disforia de gênero com certeza resulta em um maior conforto da pessoa consigo mesma, sendo assim, fica mais fácil entrar em contato com emoções e sentimentos. Além disso, o padrão hormonal estrogênico em sí está associado a uma maior sensibilidade emocional. Os altos são mais altos e os baixos são mais baixos. Aqueles que podem ter sido incapazes de chorar e que se consideravam “estóicos” antes da transição, recuperam o choro, tanto de tristeza quanto de alegria.
Infelizmente, isso também significa que se você teve trauma de eventos anteriores na vida (o que é comum para pessoas trans, infelizmente), você pode começar a ter episódios de transtorno de estresse pós-traumático, devido à maior dificuldade de suprimir emoções. Esse é mais um dos motivos pelos quais a psicoterapia é indicada durante a transição hormonal.
Mudanças de humor
Como os níveis de estrogênio flutuam entre as doses, você pode experimentar mudanças perceptíveis e às vezes dramáticas em seu humor. Choro inexplicável acontece; A raiva da TPM acontece; Há relatos de que o uso de progesterona melhora essas oscilações de humor, porém o uso da progesterona na terapia hormonal ainda é muito pouco estudado.
Apetite
Muitas mulheres relatam serem incapazes de comer tanto quanto poderiam antes da transição. A perda de massa muscular magra nos braços e ombros significa que o corpo tem uma capacidade reduzida de queimar lipídios e, como tal, a sensação de saciedade ocorre mais cedo.
No entanto, a progesterona aumenta a função mitocondrial dentro do corpo, aumentando a taxa metabólica. Isso pode causar um aumento no apetite à medida que o corpo tenta repor as calorias queimadas.
Sono
Muitas pessoas relatam ter melhores padrões de sono após o início da TH. Este é provavelmente um fator de alívio da despersonalização e desrealização, pois parece ocorrer tanto em homens quanto mulheres trans. O uso da progesterona também é associado a uma significativa melhora no sono.
Extroversão
É extremamente comum que pessoas trans de todos os tipos se encontrem muito mais sociáveis após a transição. Isso provavelmente não é algo realmente causado pelo uso de estrógeno em si, mas sim resultado do alívio da disforia e dessas pessoas não se sentirem mais coagidas a suprimir tanto de sua personalidade.
Melhorias sensoriais
A TH para pessoas trans demonstrou várias vezes causar mudanças na distribuição da substância cinzenta e da substância branca no cérebro em ambas as formas de TH. Novas estruturas e vias neurais são formadas como resultado da mudança nos perfis hormonais, e isso resulta em mudanças na percepção sensorial. Essas são algumas das mudanças que foram observadas e relatadas, mas não está claro se isso é uma função dos próprios hormônios ou um fator do cérebro recebendo os hormônios para os quais está programado.
- Sentido de olfato aprimorado, especialmente de outros corpos. O suor humano se torna muito perceptível, às vezes até insuportável.
- Percepção de cores aprimorada. As cores podem se tornar mais fortes, mais ricas.
- Consciência espacial aprimorada. Muitas pessoas trans apresentam pobre propriocepção (a autopercepção de nosso corpo, e da posição e localização de suas partes) e uma tendência a serem desastradas, isso tende a melhorar após o início da TH.
- Mudanças na percepção do paladar. Certos alimentos se tornam mais ou menos saborosos; O coentro, por exemplo, pode ficar mais ou menos “ensaboado”. Maior tolerância à capsaicina (pimentas picantes). O chocolate e o vinho ficam mais saborosos.
Os usuários de espironolactona frequentemente desenvolvem forte desejo por alimentos ricos em sal, como picles, azeitonas ou produtos à base de batata. Isso ocorre porque a espironolactona é um diurético que facilita o acúmulo de potássio e a perda de sódio pela urina. O cérebro estimula essa vontade para que a pessoa reponha o sódio perdido.
Mudanças genitais
Todos os órgãos genitais são construídos a partir dos mesmos tecidos, que são apenas organizados de forma diferente durante o desenvolvimento do embrião. Muito do comportamento desses tecidos é regulado pelos hormônios no corpo. Secreções de pele, texturas, sensibilidade e comportamento erétil são expressões hormonais. O que significa que quando você remove andrógenos e adiciona estrógenos a um corpo AMAB, esses tecidos começam a se comportar de forma mais parecida com uma vulva.
Sensibilidade aumentada
A pele do pênis torna-se muito mais fina e frágil, mais propensa a lacerar e ficar irritada, ao mesmo tempo que se torna significativamente mais sensível ao toque. O órgão inteiro também se torna muito mais sensível à pressão, e a vibração se torna uma forma melhor de estimulação em vez de carícias, que podem se tornar dolorosas.
Umidade e odor femininos
A pele ao longo da região genital começa a exalar um cheiro similar ao canal vaginal, e a área pode ficar mais úmida, principalmente durante a excitação (sim, mulheres trans também ficam “molhadas”). A combinação desses fatores significa que o odor (e sabor) do pênis muda se assemelhando mais ao de uma vulva.
Mudanças de cor e textura
O escroto é um análogo dos lábios externos e internos e amolece, assumindo uma textura mais macia e aveludada, estendendo-se até o períneo. A pele ao longo da rafe perineal (a linha vertical onde estava a abertura da vulva antes da formação do escroto) também ficará escura. Algumas pessoas experimentam uma espécie de padrão de listras ao longo do escroto.
Menos ereções
Com um baixo nível de testosterona flutuante livre, os níveis de DHT na corrente sanguínea caem significativamente. O DHT desempenha um papel importante na estimulação de ereções aleatórias durante o sono por meio do aumento da próstata, e essas ereções são responsáveis pela manutenção do tecido erétil. Sem DHT, a próstata encolhe novamente e as ereções aleatórias cessam (não há mais ereção matinal). Com o tempo, isso pode levar a uma atrofia da genital (diminuição de tamanho, possíveis dores, dificuldades de conseguir e manter ereções). A atrofia também pode resultar em uma alteração no formato do pênis, no geral tomando um formato mais cônico, pois a primeira parte que tende a perder a habilidade de ficar mais cheia de sangue é a glande;
Essa atrofia pode ser evitada exercitando regularmente o tecido erétil, o que pode ficar mais difícil se as ereções não acontecem mais sem algum tipo de estimulação. Uma forma de contornar essa atrofia é com o uso de doses baixas de tadalafila, um medicamento de uso contínuo (diferente da viagra, que é usada para um efeito mais imediato) usado para o tratamento da disfunção erétil. Nem todas as mulheres trans sentem disforia em relação à sua genitália e podem desejar manter essa funcionalidade. Isso também pode ser importante para mulheres trans que pretendem realizar cirurgias genitais (para os métodos mais comuns dessa cirurgia), pois a atrofia pode diminuir a quantidade de tecido disponível, o que pode dificultar o procedimento.
Ejaculação clara
A maior parte do líquido que forma a ejaculação se origina na próstata. É um fluido totalmente límpido, com uma textura viscosa. A cor branca e a viscosidade geralmente atribuídas à ejaculação masculina são causadas pelo sêmen e pelo fluido seminal dos testículos. A produção de sêmen e fluido seminal é um produto da função testicular, de modo que, à medida que os testículos param (seja por causa dos anti-andrógenos ou da predominância do estrogênio), esses fluidos param de ser produzidos, deixando apenas o fluido da próstata.
Algumas pessoas perdem até isso e param de emitir qualquer fluido durante o orgasmo.
Isso é o que causa esterilidade em mulheres trans. Ao contrário do que algumas fontes relatam, isso NÃO é necessariamente permanente, e muitas pessoas foram capazes de restaurar a funcionalidade dos testículos interrompendo a terapia hormonal, seja para destransicionar ou para fins reprodutivos. Entretanto, também não há garantia de que isso seja reversível, portanto se ter filhos com seu próprio material genético é importante para você, considere congelar esperma antes de iniciar a TH.
Atrofia dos testículos
Assim que os testículos param de funcionar, as células começam a atrofiar, encolhendo com o tempo. Essa atrofia pode ser acompanhada de dor, às vezes na forma de uma dor ou sensação de latejar surdo, ou às vezes registrando-se como pequenas faíscas de dor que viajam ao longo do nervo perineal dos testículos até o reto.
Mudanças sexuais
O início da TH pode resultar em uma grande diminuição do desejo sexual à medida que os níveis de testosterona despencam (especialmente com o uso de bloqueadores). Isso pode durar alguns meses. Parar com o uso de bloqueadores e atingir um nível feminino normal de testosterona normalmente resulta na volta da libido. Além disso, há relatos de que o uso de progesterona pode contribuir com a libido. Quando o desejo sexual voltar, a nova libido pode ser uma experiência completamente diferente, que podemos não reconhecer a princípio.
Zonas erógenas mais sensíveis
Todo o corpo se torna mais responsivo ao toque e, com isso, novas zonas erógenas se revelam mais sensíveis. Seios, abdômen, parte interna das coxas e pescoço, em particular, tornam-se mais indutores de excitação.
Orgasmo
O orgasmo muda significativamente, tanto na forma como você chega até ele como na própria sensação. Além disso, algumas mulheres sortudas relatam desenvolver a capacidade de alcançar orgasmos múltiplos, sem o intervalo do período refratário. O custo disso é que o orgasmo pode se tornar mais difícil de atingir e é preciso reaprender como alcançá-lo. Também se torna mais fácil alcançar um orgasmo com um parceiro, o que pode ter sido o contrário antes.
Atração
É possível que uma pessoa transgênero experimente uma mudança em sua orientação sexual com a transição. Isso quase sempre é o resultado da remoção de barreiras mentais auto-impostas e os efeitos da terapia hormonal frequentemente desempenham um papel nessa remoção. Por exemplo, uma mulher trans que antes se sentia atraída estritamente por mulheres pode passar a se interessar por homens à medida que seu próprio corpo toma uma forma mais feminina.
Na maioria dos casos, o que ocorre é apenas a expansão da atração, de monossexual para bi / pansexual, mas algumas pessoas também descobrem que sua atração estava amplamente enraizada no interesse próprio e que sua verdadeira atração é invertida.
Sintomas semelhantes ao ciclo menstrual
Obviamente, mulheres trans não sangram uma vez por mês. Contudo, outros sintomas típicos do ciclo menstrual de mulheres cis costumam ser sentidos por pessoas trans. Os sintomas variam muito (assim como em mulheres cis) e geralmente duram de 2 a 4 dias, repetindo-se a cada 26 a 32 dias (embora algumas relatem sentir sintomas duas vezes por semana). Isso acontece independentemente dos horários de dosagem dos medicamentos. O uso de um aplicativo de monitoramento do ciclo menstrual como o Clue pode revelar este padrão.
- Cãibras no intestino e nos músculos abdominais, variando de uma leve vibração no intestino a fortes espasmos dolorosos.
- Inchaço e retenção de água
- Gases, diarréia e outros problemas intestinais.
- Instabilidade emocional, alterações de humor e pensamentos irracionais
- Depressão intensificada e dismorfia
- Despersonalização ou dissociação.
- Disforia aumentada
- Irritabilidade (TPM)
- Dores e dores musculares e articulares
- Ingurgitamento mamário e sensibilidade nos mamilos
- Acne
- Fadiga
- Mudanças de apetite, vontades espontâneas (“desejos” como desejo por chocolate ou carboidratos)
- Mudanças espontâneas na libido
- Mudanças no odor genital
Não, ainda não há estudos sobre isso ainda, mas é relatado por muitas, muitas mulheres, e foi confirmado pelos próprios médicos de várias delas. Também há precedente disso acontecer com mulheres cisgênero que fizeram histerectomia.
O uso contínuo de estrogênio e progesterona ativa uma sequência de genes que instrui o hipotálamo a tentar fazer o ciclo dos ovários e do comportamento uterino da mesma forma que o faz em indivíduos AFAB, independentemente da ausência de ovários ou útero. Este ciclo afeta vários órgãos e subsistemas do corpo, causando a liberação de uma variedade de hormônios e enzimas diferentes que podem afetar a função e até mesmo o comportamento.